Lost in the Night – Hardways (Resenha)

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(Resenha postada originalmente no Rock’n’Zine 17 – Julho/2023)

A   banda HARDWAYS já é velha conhecida aqui no nosso Rock’n’Zine. Em duas ocasiões, pude entrevistar os caras. Na primeira (R’n’Z 03), comemorando 10 anos de estrada e, na segunda (R’n’Z 11), 15 anos. Nessa segunda conversa, em junho de 2021, a banda acabava de lançar a primeira canção autoral, Lost in the Night, e falava dos planos para as próximas faixas que iriam compor o primeiro EP.

O grupo formado por Giovani Cimbaluk(vocais), Daniel Jaremtchuk (guitarras), César Rubel (baixo), Lúcio Passos (bateria) e Wanilton Dudek ( teclados), liberou, em seguida, a faixa Rape of the Land. As duas canções, disponíveis no Spotify e no Youtube, foram por mim resenhadas em uma coluna na Gazeta do Contestado e, agora, para resenhar o EP como um todo, utilizarei parte daquele texto no velho e bom copiar/colar, incluindo as impressões das outras 4 canções liberadas posteriormente, formando, assim, a resenha do trampo por completo.

 

LOST IN THE NIGHT é a faixa que conta, por alto, o que é a vida de uma banda na estrada. A letra nos convida a acompanhar o grupo na caminhada em busca de um sonhado lugar ao sol. (…)  Uma banda de rock não é, mesmo que às vezes possa parecer, um amontoado de caras que só querem “curtir a vida adoidado”. Temos, por trás dessa imagem estigmatizada e preconceituosa, gente de carne e osso, com suas famílias, esposas, filhos, contas a pagar, e que tentam dar o melhor de si para o público, um público bastante exigente, aliás. “Compartilhamos aprendizado, compartilhamos dor (…) Construindo confiança”. Muito legal a mensagem passada através dessa letra. O ritmo é calcado no hard rock, uma das maiores influências da banda ao longo de sua existência. Riffs e refrães muito legais, e um baita trabalho vocal do Giovani. Aliás, falar dos predicados dos músicos é meio que “chover no molhado”. Conforme já disse, todos são muito experientes, dedicados, e muito entrosados, além do que, temos também a qualidade de gravação como um ponto positivo a se destacar. Baita música.

RAPE OF THE LAND é a segunda faixa liberada. Aqui podemos ver, por parte da banda, uma preocupação com a letra. (…) Essa canção traz uma denúncia sobre toda a violação (rape) sofrida pela nossa terra, desde o meio ambiente até aqueles que a habitam. Os povos indígenas sofrem, desde a chegada dos europeus ao Brasil, um verdadeiro estupro, em ambos sentidos, conotativo e denotativo. Ganância faz com que florestas sejam destruídas e, cada vez mais, seus habitantes – legítimos -sejam delas expulsos. Garimpeiros, fazendeiros e grileiros, colocam seus lucros a frente da vida humana, sem se preocupar com o futuro que, ao que tudo indica, nos reserva más surpresas(…)

A pegada dessa canção é mais arrastada, afinal ela é uma faixa longa, com seus nove minutos. Mas nada aqui soa maçante ou monótono. Pelo contrário, os refrães são muito bons, eu diria que bastante pegajosos e, depois dos solos de guitarra, um bom tempo da canção é dedicado aos teclados. Enquanto ótimos riffs são executados nas seis cordas, os teclados nos levam a uma viagem meio psicodélica, uma pegada mais progressiva, enquanto uma percussão lembra algo da cultura indígena, algo como um ritmo tribal. “O que está faltando para entendermos que não haverá vida após esse estupro da terra?”. O alerta é bastante óbvio mas, infelizmente, verdadeiro. (…)

RIVERSIDE GIRL inicia com o Daniel executando riffs muito legais e destaco também o trabalho do Wanilton nos teclados. O refrão, bem grudento, tem backing vocals bem pensados. Os riffs que antecedem os solos de teclado são sensacionais. Depois de mais uma viagem nos teclados, entra o solo de guitarra, me lembrando, no início, Miracle Man, do Ozzy. Até pensei “o Daniel ficou nervoso”. Brincadeiras à parte, é um excelente solo. Uma bela faixa, sem dúvidas.

IT’S DANGER inicia com riffs ardidos que me lembraram Kiss, o que, para mim, é um baita elogio (espero que, para os caras da banda, também soe assim). Essa canção tem um tom mais festivo, mais hard rock. Eu, como eterno amante de solos de guitarra, já espero por esse momento em cada música que escuto e, mais uma vez, o Daniel não decepciona, e executa um belo solo. Também a forte influência de Van Halen é percebida nas guitarras dessa canção.

ROCKIN’ IN THE FREE WORLD não é autoral, é um cover. Não Podemos esquecer que a Hardways é uma banda que, por muito tempo, apresentou-se executando covers. E essa prática os levou a fazer isso muito bem, sempre com repertório escolhido a dedo. Aqui, o clássico de Neil Young é executado com perfeição por caras que são, acho que posso dizer, bastante perfeccionistas no que fazem.

WE NEED TO BELIEVE é a balada rockeira dos caras. Inicia com belos pianos. Bateria e teclados seguem conduzindo a entrada do vocal. A melodia dessa canção é muito bonita. A atmosfera vai crescendo, até chegar a um refrão bastante pegajoso, no bom sentido do termo. O solo de guitarra é sensacional. Excelente trabalho vocal do Giovani. Uma canção muito, mas muito, bonita. Vocês dizem que, às vezes, temos que acreditar, certo? Acho que vocês acreditaram que poderiam fazer uma canção que despertasse alguma catarse em seu público… Ok, posso dizer que vocês conseguiram… Eu não esperava nada menos que bom por parte da Hardways, pois os conheço há muito tempo, e sei muito bem do que vocês são capazes, e sei do entrosamento que rola nessa formação. Mas, principalmente por essa faixa, fiquei impressionado… PARABÉNS!!!

A qualidade de gravação (Guella Estúdio) é outro ponto que destaco como extremamente positivo.

Show, caras… Belo trampo! Continuem acreditando, pois precisamos negar o lugar- comum de que santo de casa não faz milagres… Faz sim, pois vocês acabaram de provar isso!

 

   (Sérgio Kuns)

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